Governo criará Memorial da Resistência e da Democracia no Piauí

Na manhã desta sexta-feira (31), o governador em exercício Themístocles Filho (MDB) esteve na sua primeira agenda no ato “Memorial da Resistência e da Democracia”. A solenidade aconteceu no Centro de Artesanato Mestre Dezinho, localizado no Centro de Teresina.

O monumento que é uma parceria do Governo do Piauí, juntamente com a Secretaria das Relações Sociais e Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, e contará com uma estátua representando uma pessoa no “Pau de Arara”, que era uma forma de tortura física onde a vítima era amarrada com os membros suspendidos.

A inauguração será dia 28 de agosto deste ano e tem como escultor o artista Braga Tepi. O lançamento aconteceu nesta sexta em alusão aos 50 anos do Golpe Militar de 64.

Foto: Bruna Sousa/Viagora

Governador em Exercício, Themístocles Filho no Centro de Artesanato Mestre Dezinho

“Aqui era o antigo quartel da PM, foi onde alguns presos políticos cumpriram pena. Temos que jamais voltar ao que aconteceu no passado, o melhor regime é o que o povo escolhe, pode ter divergências, mas a maioria vence. Fico feliz em estar iniciando esses atos de manifestação aqueles que lutaram na época”, disse Themistocles Filho.

Foto: Bruna Sousa/Viagora

Local em que será colocado a estátua no Pau de Arara

A secretaria das Relações Sociais do Estado, Núbia Lopes, explica a importância do memorial e o marco que representa na história do Piauí nos meados da Ditadura Militar. E destaca que é uma homenagem as pessoas que sofreram durante esse período. “Esse evento aqui ele marca um resgate histórico da memória das pessoas que foram presas, perseguidas na Ditadura Militar em 64 aqui no estado Piauí. Ele marca o reconhecimento do Estado à essas famílias, as pessoas que viveram naquele momento e que merecem todas homenagens e respeito do nosso estado, porque foram pessoas que se levantaram que tiveram coragem de lutar pela democracia. Então o memorial Resistência e Democracia ele demarca exatamente isso, o reconhecimento do Estado a essas pessoas que fizeram essa luta. E que hoje o povo piauiense faz uma luta permanente para que a democracia permaneça”, contou a gestora.

O coordenador do Comitê por Memória, Verdade e Justiça do Piauí, Pedro Laurentino, contou sobre a escultura e a escolha do Centro de Artesanato como casa para a obra.

“O objetivo aqui é fazer esse monumento, uma escultura humana no Pau de Arara que era um tipo de tortura mais objeta que havia naquela época, e com painéis contando a história desses presos, resistentes que muitos dele já mortos e outros vivos que pretendem resgatar a história. Aqui funcionava o antigo quartel da Polícia Militar, aqui ficavam os presos políticos, ali tem um porão onde eles ficavam. Então aqui foi escolhido propositalmente para que o Centro se torne num centro de memória”, frisou o historiador.