Hospital Lucídio Portella é o 1º do país no SUS a aplicar remédio mais caro

Nesse domingo (30), a o Hospital Infantil Lucídio Portella (HILP), ministrou a dose única do fármaco Zolgensma na pequena Heloísa Barbosa Mendes, de 1 ano e quatro meses. O medicamento é de grande importância para o tratamento de Atrofia Muscular Espinhal (AME), considerado a terapia mais avançada no tratamento da doença, e um dos remédios mais caros do mundo. A bebê é a primeira criança a receber o medicamento no Piauí e a unidade é o primeiro hospital 100% SUS a realizar a aplicação no Brasil.

Os pais de Heloísa receberam o diagnóstico quando a filha tinha 20 dias de vida. Raimundo Reis Mendes e Keila Barbosa Mendes já tinham outro filho internado no HILP com a mesma doença, e por isso, ficaram em alerta quando a mãe engravidou novamente. “Como ela já tem um irmão que é comprometido com a doença, ela foi diagnosticada maios cedo e começou logo com o tratamento com a Spinraza. Íamos para Curitiba, mas graças a Deus e a equipe do Hospital Infantil, conseguimos fazer a aplicação aqui”, disse a mãe.

“Estamos muito felizes com essa conquista” contou o diretor geral do HILP, Ribamar Bandeira.

O superintendente de Média e Alta Complexidade da Sesapi, Dirceu Campêlo, afirma que esse dia foi marcante na Saúde do estado. “Hoje é um dia marcante para o tratamento das nossas crianças com AME no Piauí e em todo o Norte e Nordeste. É uma ação do Governo do Estado, por intermédio da Sesapi, para dar oportunidade de melhoria na qualidade de vida da população piauiense”, destacou.

De acordo com a Sesapi, o Zolgensma é um medicamento dose única via intravenosa. Ele é diferente dos demais já incorporados no SUS, desde 2022, para os tipos I e II de AME que são administrados com periculosidade, mas que as crianças do precisavam se descolar até Curitiba para receber o tratamento.

A pediatra Lorena Mesquista explica que o medicamento apresenta bons resultados, com impacto positivo na respiração, mastigação, movimentos da língua, reflexo de vômito e a articulação da fala de quem tem a doença. “O Hospital Infantil já é referência no diagnóstico e tratamento de AME, pois temos 23 crianças em tratamento com a medicação Spinraza fornecida pelos SUS e das duas crianças que estavam aguardando o Zolgensma, agora só falta uma”, contou.

Ainda de acordo com a Sesapi, o Zolgensma é recomendado para pacientes pediátricos até seis meses de idade com AME do tipo I que estejam fora de ventilação invasiva acima de 16 horas por dia, conforme protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde (MS) e Acordo de Compartilhamento de Risco.