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Ministério Público investiga Clube Corisabbá por malversação de recursos públicos

A Associação Atlética Corisabbá informou que a prestação de contas já foi anexada aos autos e afirmou que as denúncias têm sido feitas por ex-membros do clube.

O Ministério Público do Estado, através do promotor de justiça Edgar dos Santos Bandeira Filho, instaurou inquérito civil contra a Associação Atlética Corisabbá, presidida por Anderson Kamar, para investigar possível malversação de recursos públicos. A portaria foi assinada nessa terça-feira (10/06).

O representante do órgão ministerial recebeu denúncia relatando que a diretoria do Clube não é transparente na prestação de contas sobre recursos financeiros advindos de patrocínios do município de Floriano e do governo do estado. 

Foto: DivulgaçãoPresidente do Corisabbá, Anderson Kamar
Presidente do Corisabbá, Anderson Kamar

No ano de 2022, o município de Floriano assinou convênio nº 001/2022 no valor de R$ 100.000,00 com o Corisabbá. Sendo R$ 60.000,00 através de emenda parlamentar de autoria de vereadores e R$ 40.000,00 dos cofres da prefeitura. No mesmo ano, o Corisabbá recebeu o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais) da FUNDESPI.

“Em análise ao Extrato do Contrato de Patrocínio nº 03/2022 (Edital 054), há previsão de patrocínio para a Associação Atlética Corisabbá no valor de R$ 364.114,40, sendo R$ 200.000,00 pagos com recursos oriundos de emenda parlamentar impositiva do Deputado Estadual Dr. Francisco Costa e R$ 164.114,40 provenientes de recursos do Governo do Estado, através da FUNDESPI”, diz trecho da portaria.
No ano de 2023, a Associação recebeu o valor global de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), oriundos de emenda parlamentar impositiva do deputado estadual Francisco Costa, repassados pela secretaria dos Esportes – SECEPI. 

O denunciante revelou ainda que em 2024 o governo do estado reservou o montante de R$ 5,3 milhões para o fomento ao futebol piauiense. A Associação Atlética Corisabbá, por ter disputado a 1ª Divisão do Campeonato Estadual de 2024, recebeu cota proporcional desse valor. E em 2025 os valores previstos para incentivo ao futebol do Piauí alcançaram a quantia de R$ 6,8 milhões.

O promotor considera que a falta de transparência na prestação de contas e a inexistência de relatórios específicos sobre a aplicação desses valores, não permitem estimar com precisão a totalidade dos repasses efetuados ao Corisabbá, prejudicando a fiscalização. Além do mais, por envolver recursos públicos, os dirigentes do clube têm obrigação legal de prestar contas dos valores recebidos.

Outro lado

O Viagora procurou a Associação Atlética Corisabbá para falar sobre o assunto e o seguinte pronunciamento foi emitido pela assessoria jurídica do clube:

"A solicitação do Ministério Público com as prestações de contas foi encaminhada. Acreditamos que o senhor Elisvaldo seja a pessoa que está denunciando o clube juntamente com seu advogado, Dr. Adriano. 

Eles confeccionaram camisas do Corisabbá sem informar aos membros associados e não convocaram nenhuma reunião ou assembleia extraordinária para tratar desse assunto. Eles simplesmente fabricaram as camisas, venderam utilizando a marca do clube sem autorização e o dinheiro arrecadado da venda foi diretamente para a conta do Elisvaldo e do seu advogado.

O Elisvaldo foi destituído do clube, a ata já foi lavrada em cartório e sua destituição foi unânime porque ele cometeu essa falta grave. Nós temos os comprovantes, foi anexado no processo, e temos o Carlinhos Cabelo que é testemunha de que o dinheiro foi colocado na conta pessoal deles.

Após a destituição do senhor Elisvaldo, eles começaram com esses ataques, só que a destituição foi votada por todos os membros que estiveram presentes na assembleia, rigorosamente tratada dentro da lei, tanto que foi lavrada em cartório, ou seja, a maioria dos associados decidiu".

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