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Crianças com hemofilia terão terapia menos invasiva pelo SUS

A decisão do Ministério da Saúde amplia o uso do medicamento Emicizumabe para crianças de até seis anos e promete mais conforto, segurança e qualidade de vida às famílias

A partir de novembro, crianças de até seis anos com hemofilia poderão receber um tratamento menos invasivo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão foi anunciada pelo Ministério da Saúde, que determinou a ampliação do uso do medicamento Emicizumabe, já disponível para adultos, após avaliação técnica e diálogo com representantes de pacientes e profissionais da área.

O Emicizumabe representa um avanço importante no tratamento da doença, pois é aplicado por via subcutânea, de forma menos dolorosa e mais prática, substituindo as tradicionais infusões intravenosas do fator VIII, que exigem múltiplas aplicações semanais. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a mudança trará mais conforto e autonomia para crianças e familiares.

“A medicação já está no SUS para quem tem mais de seis anos, a partir do momento em que se identifica algum tipo de anticorpo inibidor do uso do fator VIII. Isso vai representar um avanço muito importante para as crianças e para as famílias”, afirmou o ministro.

Quem sentiu o impacto positivo do anúncio foi a brasiliense Joana Brauer, mãe de duas crianças com hemofilia grave. Ela convive com a dor dos filhos durante o tratamento tradicional. “Meu filho é furado quatro vezes por semana”, relata. Para ela, a ampliação do acesso ao novo medicamento é um alívio e uma conquista histórica. “Ampliar o medicamento para crianças vai trazer uma transformação imensurável. Porque a gente não está falando só de um acesso mais facilitado por ele ser subcutâneo. Estamos falando das mães e das crianças conseguirem, de fato, aderir ao tratamento”, disse.

Ativista pelos direitos das pessoas com hemofilia, Joana lembra que mais de 80% das cuidadoras dessas crianças são mães, muitas delas obrigadas a deixar o trabalho para acompanhar os filhos nos hemocentros. “É pelas mães também que têm os filhos com outras atipias, como autismo ou uma neurodivergência, que dificulta ainda mais o acesso venoso”, reforça.

O ministro Alexandre Padilha informou que o pedido de ampliação do uso do Emicizumabe será encaminhado à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec). Atualmente, o medicamento é oferecido apenas a pacientes acima de seis anos com anticorpos inibidores do fator VIII.

Segundo Padilha, o tratamento anual com o remédio custaria entre R$ 300 mil e R$ 350 mil por paciente caso fosse pago de forma particular. “Quando a gente faz isso pelo SUS, nós estamos fazendo um grande investimento, que faz com que o Brasil seja o maior país do mundo a oferecer isso de graça pelo SUS. Estamos gerando dignidade e conforto para as crianças”, destacou o ministro.

Com informações do site: Agência Brasil.

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