Gel natural desenvolvido no Piauí é usado para recuperar solo degradado em Gilbués
A tecnologia à base de plantas nativas foi testada com apoio de pesquisadores, alunos e órgãos públicos, o município enfrenta o maior processo de desertificação do país.
Uma inovação desenvolvida no Piauí está sendo testada em Gilbués, localizado a cerca de 800 km ao sul de Teresina, para recuperar o solo degradado. O município tem recebido a aplicação de um hidrogel 100% natural, produzido a partir de plantas típicas da região, como o babaçu e o cajueiro. A tecnologia tem o objetivo de resgatar áreas afetadas pela desertificação, problema que já comprometeu mais de 7 mil km² no município.
De acordo com os organizadores da iniciativa, o gel tem a capacidade de reter água no solo por mais tempo, o que facilita o crescimento de mudas mesmo em períodos prolongados de seca. A ação integra um projeto de recuperação de 10 hectares conduzido pelo Núcleo de Pesquisa de Recuperação de Áreas Degradadas e Combate à Desertificação (NUPERADE), que atua na região há quase 20 anos. O trabalho envolve a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Piauí (Fapepi), a empresa AFERT Biofertilizantes, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) e o INCT Polissacarídeos/CNPq.

Segundo os responsáveis pelo projeto, a aplicação do gel foi feita em um dia de campo com 45 alunos do 5º ano da Unidade Escolar Denilde Alencar. Cada criança participou do plantio de uma muda de espécie nativa ou frutífera e deu um nome a ela, em uma atividade que teve também caráter pedagógico e simbólico.
João Xavier, presidente da Fapepi, explicou que a tecnologia utilizada é natural, biodegradável e utiliza matérias-primas do próprio estado. Para ele, trata-se de uma alternativa científica e sustentável que pode ser usada na recuperação de áreas altamente degradadas. “Essa tecnologia é diferente de tudo que já foi usado no Brasil. Ela é natural, biodegradável e feita com matérias-primas do próprio Piauí. É uma solução científica e sustentável para recuperar solos que pareciam perdidos”.
Segundo Gustavo Carvalho, assessor da superintendência da Semarh, o envolvimento das crianças no processo é uma forma de promover vínculos com o meio ambiente desde cedo. “Começar esse trabalho com as crianças foi fundamental. Elas agora têm um vínculo afetivo com o solo e com o meio ambiente. É um jeito de plantar futuro também nas pessoas”.
Diferentemente dos géis sintéticos, que utilizam derivados de petróleo, o hidrogel aplicado em Gilbués é composto por polissacarídeos vegetais extraídos de espécies abundantes no estado. De acordo com Adriano Akira, diretor da AFERT, a solução se destaca por aliar desempenho e respeito ao meio ambiente. “Nosso gel consegue manter a umidade do solo por mais tempo, o que reduz a necessidade de irrigação e favorece o crescimento das plantas mesmo em períodos críticos de seca. E tudo isso sem agredir o meio ambiente”.
Já o professor Edson Cavalcanti Filho, da UFPI e representante do INCT Polissacarídeos, destacou que a tecnologia tem potencial para ser replicada em outras regiões do semiárido. Segundo ele, “a aplicação dos polissacarídeos vegetais representa um avanço científico importante. Estamos falando de uma solução biotecnológica que pode ser adaptada a outras áreas do semiárido brasileiro. É ciência feita no Piauí com potencial para mudar realidades no país inteiro”.
Gilbués, conforme dados técnicos da área ambiental, é o município com o maior índice de degradação de solo do país, com impactos significativos sobre a agricultura, a biodiversidade e a qualidade de vida das comunidades locais.
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