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Produção industrial recua 0,2% em julho de 2025, aponta pesquisa do IBGE

Os juros altos seguem como principal fator de freio para o setor, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção da indústria brasileira caiu 0,2% em julho na comparação com junho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado mantém o setor sem crescimento há quatro meses consecutivos, em meio a um cenário de crédito caro e menor consumo.

De acordo com os dados, de abril a julho, a indústria acumula retração de 1,5%, resultado de quedas em abril (-0,7%) e maio (-0,6%), além da estabilidade em junho. A última sequência semelhante havia ocorrido entre novembro de 2022 e fevereiro de 2023.

Na comparação com julho de 2024, o setor avançou 0,2%. No acumulado de 12 meses, a produção industrial registra alta de 1,9%. O patamar atual está 1,7% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda 15,3% abaixo do recorde de maio de 2011.

Juros altos e inflação pressionam

De acordo com André Macedo, gerente da pesquisa, a política monetária restritiva explica o resultado negativo. A taxa Selic segue em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. O impacto é direto sobre a economia: com menos crédito e consumo, empresas adiam investimentos. Paralelamente, a inflação oficial (IPCA) acumula alta de 5,23% em 12 meses até julho, acima da meta de 3% definida pelo governo, que permite variação entre 1,5% e 4,5%.

Setores em queda e em alta

Dos 25 ramos industriais pesquisados, 13 recuaram em julho. Entre os destaques negativos estão a impressão e reprodução de gravações (-11,3%), outros equipamentos de transporte (-5,3%), a manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-3,7%), produtos diversos (-3,5%), metalurgia (-2,3%), bebidas (-2,2%) e equipamentos de informática e eletrônicos (-2%).

Já entre os segmentos que cresceram, sobressaíram-se foram os farmoquímicos e farmacêuticos (+7,9%), produtos químicos (+1,8%), alimentos (+1,1%) e indústrias extrativas (+0,8%).

Categorias econômicas

Na análise por grandes categorias, bens de capital (máquinas e equipamentos) recuaram 0,2%, enquanto bens de consumo duráveis caíram 0,5%. Por outro lado, bens intermediários cresceram 0,5% e os semi e não duráveis, 0,1%.

Reflexos do “tarifaço”

André Macedo, gerente do IBGE, destacou que as incertezas em torno da taxação de exportações brasileiras pelos Estados Unidos (o chamado “tarifaço americano”) já influenciaram expectativas de empresários em julho, mesmo que a medida tenha começado apenas em agosto.

Com informações da Agência Brasil 

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